Uma picadinha que é sinônimo de proteção: esse é o teste do pezinho, realizado para diagnosticar algumas doenças sérias antes mesmo que os primeiros sintomas apareçam. Apesar de o chorinho do bebê com a picada preocupar papais e mamães, o exame garante a boa saúde do pequeno e permite que, em caso de resultado positivo, o tratamento seja feito o mais rápido possível.
O que é o teste do pezinho
O teste do pezinho faz parte do Programa Nacional de Triagem Neonatal, que inclui também a realização gratuita, pelo Sistema Único de Saúde (SUS), dos testes da orelhinha, do olhinho, da linguinha e do coraçãozinho. Este programa existe desde 2001 e foi reformulado em 2011 para garantir o acesso universal a esses testes por todos os bebês nascidos no Brasil.
Porém, o teste do pezinho chegou ao país muito antes da criação do programa. Em 1976, a solução foi trazida ao Brasil pela Apae (Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais) e, mais tarde, em 1992, tornou-se obrigatória em todo o território nacional. No início, o teste gratuito detectava apenas uma doença, mas hoje, o procedimento oferecido pelo SUS pode diagnosticar seis tipos de patologias.
Quando fazer o teste do pezinho
A recomendação é que os bebês façam o teste entre o terceiro e o quinto dia após o parto. A preferência pela realização da coleta de sangue a partir do terceiro dia de vida é porque, 72 horas após o nascimento, o organismo do bebê já funciona completamente sozinho e ele já foi alimentado, o que é importante para o diagnóstico da fenilcetonúria.
Já em relação ao tempo limite para a realização do exame, a justificativa é de que, para o diagnóstico e tratamento das doenças, o tempo é fator fundamental. Por isso, embora a coleta possa ser feita até 30 dias após o nascimento, o mais indicado é que o teste seja feito com rapidez para evitar sequelas em caso de um diagnóstico positivo. Os bebês prematuros seguem a mesma orientação, porém, normalmente, fazem mais coletas para garantir que tudo esteja bem.
O teste do pezinho pode ser feito tanto na maternidade pública onde o bebê nasceu como nas unidades de saúde mais próximas à casa da família, caso o pequeno já tenha ganhado alta médica no período ideal para a coleta de sangue. O teste também está disponível nas maternidades e hospitais particulares, assim como em outras clínicas e laboratórios privados.
Como é feito o teste do pezinho
O teste do pezinho é feito a partir de uma picadinha no calcanhar do bebê. Essa área do corpo possui vários vasos sanguíneos e, por isso, é indicada para que a coleta do sangue seja feita com mais facilidade. O pequeno pode sentir alguma dor com a picada, que pode ser mais ou menos intensa de acordo com a sua sensibilidade.
A partir de um único furinho, algumas gotinhas de sangue são colhidas para a amostra e partem para a análise pelos profissionais de saúde habilitados. O resultado fica pronto, geralmente, em uma semana e, caso haja alguma alteração, uma nova coleta é solicitada. Se o diagnóstico positivo de alguma doença for confirmado, o bebê é encaminhado para o tratamento.
Veja, neste vídeo, como o teste do pezinho é realizado no SUS.
Quais doenças podem ser diagnosticadas pelo teste do pezinho
Hoje, o teste do pezinho oferecido pela rede pública de saúde é capaz de diagnosticar seis doenças:
- Hipotireoidismo congênito: é causado pela insuficiência do hormônio da tireoide e pode resultar no comprometimento do desenvolvimento físico e mental;
- Fenilcetonúria: ocasionada pelo acúmulo do aminoácido fenilalanina, pode gerar atraso no desenvolvimento neuropsicomotor;
- Doença falciforme e outras hemoglobinopatias: causada por alterações genéticas, pode provocar anemia, atraso no crescimento e infecções generalizadas;
- Fibrose Cística: provocada pelo aumento da viscosidade do muco, afeta pulmões e pâncreas;
- Hiperplasia Adrenal Congênita: ocasionada pelo mau funcionamento das glândulas supra-renais, pode prejudicar a produção de hormônios essenciais ao crescimento;
- Deficiência da Biotinidase: causada pela deficiência da enzima biotinidase, a doença impede que os alimentos sejam processados e metabolizados corretamente.
Em todos os casos, é essencial que o tratamento comece rapidamente. Justamente por isso o teste do pezinho é tão importante! Com isso, é possível começar o tratamento logo nos primeiros dias de vida do bebê, evitando sequelas graves e o comprometimento do desenvolvimento da criança.
Além do teste do pezinho disponibilizado pelo SUS, há exames disponíveis na rede particular que possibilitam o diagnóstico de outras doenças com o mesmo procedimento. O teste Mais, como é chamado, identifica outras quatro patologias além das já citadas ― a deficiência de G-6-PD, a galactosemia, a leucinose e a toxoplasmose congênita. Já o teste Super é capaz de diagnosticar até 48 doenças.
Independentemente do teste do pezinho realizado, é importante lembrar que ele garante a saúde do bebê e é um direito de todas as crianças. Por isso, não deixe de levar o seu pequeno para realizar o teste e fique de olho no resultado!
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